quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Na força


Na força

Sinto que existe um movimento “maior”. Maior que a nossa compreensão racional dos acontecimentos, algo próximo ao que Jung chamou de sincronicidade. A sincronicidade foi definida por acontecimentos que se relacionam não por relação causal, mas por relação de significado. A sincronicidade é também chamada por Jung de "coincidência significativa". Um exemplo bem conhecido de sincronicidade, é uma história real do escritor francês Émile Deschamps. Em 1805, Émile foi recebido com um pudim de ameixas pelo desconhecido Monsieur de Fontgibu.Cerca de dez anos depois, ele encontrou pudim de ameixas no menu de um restaurante em Paris, e fez o pedido, mas o garçon lhe disse que o último pudim já fora servido à outro cliente, o qual seria M. de Fontgibu.Alguns anos depois, em 1832, Émile Deschamps estava num jantar, e mais uma vez, foi oferecido pudim de ameixas à mesa. O escritor recordou do incidente anterior e contou à seus amigos que somente M. de Fontgibu faltava ao recinto para se fazer completa outra coincidência - e no mesmo instante, agora mais velho, M. de Fontgibu adentrou ao recinto. Tudo isso pode ser compreendido pelo que chamam “na força”.

            Estou agora em Sidnei, porém a minha vinda foi antecedida por alguns acontecimentos que considero estarem relacionados com esta sincronicidade. Certa vez, cerca de 20 anos atrás, estava passando por um momento difícil e fui procurar um médium vidente. Entre outras tantas coisas que ele me disse, foi de que iria para Austrália (não determinou o tempo que ficaria). Uma série de outras coisas que ele disse aconteceu. Havia me esquecido disso, porém relembrei recentemente observando a seqüência de acontecimentos.

Mais recentemente uma amiga me deu um CD de presente referindo-se a um “sonho” que lhe contei, sendo que são de músicas com didgeridoo. O didgeridoo é é um instrumento de sopro usado tradicionalmente por aborígenes no norte da Austrália, estando desde cedo ligado às crenças religiosas e místicas dos aborígenes. O surpreendente nesta “coincidência” é que havia falado que o “sonho” era de que me sentia como uma flauta, onde através de mim se manifestava o sopro divino. Ou seja, não havia falado do didgeridoo e sim de uma flauta, ambos são instrumentos de sopro, porém não diretamente relacionados.

A primeira vez que resolvi comunicar da minha viagem para Austrália foi numa sessão em Caxias. Porém falei apenas que iria ficar três meses fora do Brasil, algumas poucas pessoas sabiam qual era o meu destino. Depois de fechada a sessão uma pessoa me procurou e disse que havia lido um livro interessante, relacionado com assuntos falados naquela noite. O nome do livro é “Mensagem do outro lado do mundo”. Neste livro a autora Marlo Morgan em viagem à Austrália para conhecer o sistema de saúde, vivenciou aos 50 anos uma experiência que a modificou profundamente. O resultado foi um best-seller com mais de 600 mil exemplares vendidos somente nos Estados Unidos.O livro revela como uma médica americana de meia-idade transformou um inofensivo almoço com aborígenes australianos em quatro meses de peregrinação por 1.400 milhas, iniciações, segredos e rituais – sendo que num deles a neófita foi enterrada até o pescoço para limpeza do lixo ocidental. Ela considera-se uma mensageira mutante, disposta a lutar pelo meio ambiente e salvar o espírito da Terra. O livro mostra que a jornada exterior e o processo de iniciação esotérico (interior) reúnem-se num exercício de autoconhecimento, também presente na filosofia aborígene.

            Além disso, houve uma série de outras “coincidências”. Receber o pagamento de um empréstimo que não estava esperando, auxílio de amigos e de pessoas que nem conhecia.

            Seja como for “seja feito a vossa vontade assim na Austrália como no Brasil”

Um comentário:

David de Lucena disse...

Salve grande mestre. Pois entao, depois que o senhor viajou, misteriosamente me deu vontade de aprender a tocar outro instrumento e estou praticando um didjeridoo feito de taquara.
Daqui a um mes, acho que da ate pra gravar um som e colocar numa sessao extra!! :)

abraços